Além do debate sobre a Educação Física como área acadêmica e científica, esse blog é um instrumento produzido pelos alunos e professores do curso de Educação Física da Universidade Ibirapuera. Damos-lhe nossas boas vindas!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Palestra - José João da Silva

José João da Silva e Carlos Gomes Ventura

Carlos Gomes Ventura e José João da Silva

Alunos, Carlos Gomes Ventura e José João da Silva

Alunos na palestra de José João da Silva
O professor Carlão trouxe um excelente debate para nossos alunos! Uma palestra com o José João da Silva, duas vezes campeão da São Silvestre. Abaixo, texto retirado do blog do professor Carlão e algumas fotos.

Um excelente professor

Convivo com o atleta, hoje empresario e professor de Educação Física,  José João da Silva,  o Zé, desde 1973/1974, são cerca de quarenta anos,  de treinos, viagens, competições, vitórias, recordes,  "surpresas".

Quinta feira passada dia 15/03 o Zé foi convidado por mim para fazer uma palestra na Universidade Ibirapuera, lá na Chacara Flora, onde se formou em 2002, uma palestra para cerca de 50 alunos de Educação Física, o título da palestra era " bate papo com um campeão"

Nosso personagem sempre disiciplinado chegou na Univerdade cerca de meia hora antes do compromisso assumido, os alunos ávidos já o esperavam com  ansiedade, o compromisso seria apenas de 45 minutos, mas o nosso campeão discorreu por quase duas horas atendendo as perguntas e dúvidas de todos o alunos presentes,  postou-se com uma simpatia impar, e depois de devidamente apresentado, com muito equilibrio falou de sua vida como atleta, seus recordes, suas conquistas esportivas, sua origem, seu sucesso na área empresarial, mas o que me chamou  a atenção dentro da simplicidade do magnifico palestrante foram dois tópicos que considerei muito importantes: 

Ele enfatizou a importancia da familia na vida profissional dos  futuros professores, e principalmente um conselho que  insistiu em  passar,dizendo que os homens nasceram para serem felizes em qualquer situação de vida e de uma forma bastante positiva motivou todos os alunos falando da carreira profissional que todos estavam naquele momento abraçando.

Para mim foi uma surpresa muito agradável a forma pedagógica da palestra, mostrando ser ele um excelente professor alem de muita simpatia e ética demonstrados.

Parabéns José João da Silva, voce não foi sòmente um campeão nas ruas e nas pistas, mas também um campeão na vida e alem de tudo agora é um excelente professor.
Carlão- técnico de atletismo
boas corridas para todos.
" Para o homem o mais imprescindivel é o lar " Madre Teresa de Calcutá 1910/1997 religiosa

quinta-feira, 15 de março de 2012

O Futebol em Angola, por Nelson Cortez

Nosso aluno Nelson Amadeu Cortez, que está no 1º semestre de curso e é nascido na Angola, traça um panorama interessante sobre o esporte no seu país, confiram:
Já comecei a bater as portas das instituição desportiva não só preocupado com as 200 horas das atividades complementares, mas sim com a preocupação de começar a sentir o gosto de estar ao lado de profissionais da área de Educação Física, aprendendo com os seu ensinamentos.

A escola de futebol C.D.C. Cleuza Bueno me abriu as portas e, doravante, estou a colaborar com eles, participando diretamente nos treinamentos e nos ensinamento as crianças de várias idades que ali estão, inclusive meu filho. Não é uma experiência nova, já tive no meu país, mas aqui no Brasil é a minha experiência, é uma experiência que quero ter na minha vida. Agradeço a diretoria da mesma por este fato e incentivo a todos a seguir o mesmo caminho.

Trabalhar com criança é uma satisfação pessoal, no passado também um dia fui criança e queria estar numa escola de futebol, mas infelizmente, onde eu morava, não tinha. Hoje a realidade é diferente, então quero estar à frente dessas crianças, ensiná-las a serem cidadãs, não apenas atletas. Sei que todos não serão bem sucedidos no desporto, mas serão bem sucedidos como cidadãos.

Quero aproveitar este espaço para, junto de todos, compartilhar notícias do mundo esportivo, em particular de Angola (África), que muitos só tem conhecimento das guerras que lá havia. Angola teve a sua independência em 11 de novembro de 1975.

O campeonato nacional de futebol é denominado como Girabola. O Girabola começou com uma espécie de “preliminares”, envolvendo 24 equipes, em quatro séries de seis. Iniciado a 08 de Dezembro de 1979, essa foi a maior edição da história da prova, quer em número de clubes, quer em representatividade por província. Quatro anos depois da conquista da independência nacional, de todos os pontos do país vieram equipes, excepto do Bengo, que era ainda parte de Luanda.

O primeiro campeão nacional foi o 1.º de Agosto. O clube central das forças armadas voltou a vencer nas edições seguintes, sagrando-se o primeiro tri-campeão de Angola. Em 1981, ascendia à primeira divisão aquele que viria a ser o “papão” dos troféus – o Petro de Luanda. Até 1994, o campeonato alternou o número de equipes participantes entre 12 e 16 em consequência, fundamentalmente, do conflito armado que o país vivia.

Em 2010 Angola realizou o seu 1° campeonato Africano de Futebol das Nações (CAN). O governo de Angola construiu 4 novos estádios de futebol e reabilitou 8 estádios para a preparação das seleções participantes. Neste torneio devo salientar uma grande tragédia com a seleção do Togo, que vinha duma preparação num país próximo à Angola a província de Cabinda, uma das séries do torneio. A delegação optou em viajar por terra e já no território angolano foi surpreendida por grupos rebeldes, que a atacaram com tiros de metralhadoras mesmo com a proteção do corpo policial. O fato deu origem à morte de dois elementos da delegação, um jornalista e um motorista. O goleiro ficou gravemente ferido, fazendo com que a seleção do Togo deixasse a competição.

O campeonato disputou-se em quatro províncias: Luanda, Lubango, Cabinda e Benguela. A seleção de nacional passou só da 1° fase e foi eliminada para as outras. A campeã foi a seleção do Egito. Muitos devem perguntar porque que a Angola não foi penalizada por esse ato ocorrido dentro do país, junto da CAF. Não foi penalizada porque a lei exige que as equipes devem se deslocar para um país da competição por via aérea e não terrestre.

A seleção de Angola esteve no Campeonato Mundial ocorrido na Alemanha, em 2006. Foram 2 empates e uma derrota contra Portugal por 1 - 0. Já a seleção sub 17 de futebol já foi campeão Africana. Todos os grandes sucessos no futebol de Angola, os técnicos que deram certo, são angolanos mal pagos. Prefere-se pagar bem técnicos estrangeiros que permanecem nas equipes por pouco tempo e acabam embolsando uma fortuna.

Hoje, para assumir o cargo de técnico da seleção de Angola deve-se ter o curso superior de futebol e os poucos técnicos que têm essa formação estudaram fora do país. Para um crescimento maior do futebol de Angola falta maiores investimentos e uma política mais agressiva por parte dos órgão competentes. Nas grandes equipes, os patrocinadores são órgãos do Estado. Poucos empresários investem no futebol e as dificuldades são muitas: os estádios não enchem e as rendas das vendas de bilhetes é insuficiente. Falta marketing e investimento sério a fim de que se possa profissionalizar o futebol.

Todos os anos os times de futebol nacional fazem preparação (estágios) em vários países como Brasil, Portugal, África do Sul e Espanha. Antes do inicio do campeonato nacional (Girabola) existe duas competições de maior realce: o Campeonato Nacional e a Taça de Angola. Em ambas, os vencedores têm acesso às competições africanas.

Hoje, o girabola está fixado em 14 equipas, os 3 últimos baixam de divisão e os vencedores das 3 séries do torneio de apuramento ocupam os seus lugares. 1º de Agosto é um time das forças armadas. A equipe com maior sequência de títulos é Petro de Luanda, que pertence a uma empresa de petróleo da Angola (Sonangol). Esta equipe já foi treinada por vários técnicos brasileiros. Quem conseguiu grandes sucessos foi o técnico António clemente com 3 títulos.

Em 29 temporadas apenas três províncias conseguiram tirar o título da capital do pais Luanda. O campeonato de futebol de Angola (Girabola) poderia dizer que é semi-profissional, porque muitos jogadores não vivem só do futebol. Uns desempenham outras funções laborais para conseguirem manter os seus sustentos.

Muitos devem perguntar como um país em guerra mantia o desporto em voga. Eu diria que os jogadores faziam parte do exército, uns eram policias. Existe um time que pertence à polícia nacional, o Inter de luanda, que também já foi treinado por um técnico brasileiro, Mouse, que na sua primeira passagem foi campeão nacional.

Nesse contexto, os bons jogadores ia para o 1º de Agosto ou para o Inter de Luanda também porque não queriam ir para a guerra. Eu, por exemplo, para não servir logo de primeira no exército, tive que ir para uma província, Lubango, onde fui fazer teste numa equipe da polícia. Aprovei e acabei jogar por lá uma temporada e, assim, naquele ano, não servi ao exército. Jogadores desses times era patenteados como outros militares, principalmente se eram destaque da equipe.

Muitos jogadores chegaram a patentes superiores através do futebol e outros na polícias.

Tacada Cidadã

Nosso aluno de graduação Adailton Rodrigues participa do projeto Tacada Cidadã. 

Saiba mais sobre o projeto assistindo à reportagem feita para o Programa Social Clube da ESPN Brasil:

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A pedagogia do esporte

A PEDAGOGIA DO ESPORTE E O SIGNIFICANTE
Prof.ª Dr.ª Fernanda Ramirez

Imagem retirada de Getty Images
Acredito que a conquista da pedagogia é o reconhecimento de que o aluno, o atleta, é o eixo central do processo. Mais ainda, de que o professor, o treinador e o técnico também o são. 

E isso, muitas vezes, passa a ser novidade em se tratando de pedagogia. Colocar alunos, atletas, professores, treinadores e técnicos, todos como sujeitos da prática pedagógica, e ao mesmo tempo. 

Por certo que há um vice-versa evidente. Mas quem é esse aluno, esse atleta, para professores, treinadores e técnicos? E os professores, treinadores e técnicos, o que são para esse aluno, para esse atleta? 

A psicanálise deu a esse movimento o nome de transferência. Num primeiro momento durante o processo analítico entre paciente e psicanalista. Até que, pelos traços da semelhança, a ideia assumiu a pedagogia na relação professor-aluno. Daí para adiante, um passo para o esporte e outras relações sociais que nos caem aos olhos. 

 Fato: há uma crença de que basta saber como o aluno em geral funciona - o indivíduo das teorias de aprendizagem e desenvolvimento - para saber como ele se apresenta na prática, de forma especifica. Muitas dessas teorias compreendem o aluno inalterável no tempo e no espaço, lugar de onde surge o caráter incondicionado, estático, imóvel de todas as leis que dirigem (e talvez essa não seja a palavra mais adequada) o desenvolvimento, e de forma que basta os alunos serem estimulados de um lado para que eles respondam de outro. 

A crença é de que os professores transmitem e os alunos aprendem. E de certa forma isso realmente acontece. Mas os professores, muitas vezes, são preparados para, apenas, entenderem um significado, um único sentido da fala do aluno. Nesse caso, o que eles acabam não percebendo é que as elaborações dos alunos podem ter sentidos totalmente distintos daqueles originariamente apresentados por eles, em suas concepções próprias sobre o que é o esporte. É aí que, então, os alunos vivenciam apenas o conhecimento proveniente de informações, isso é, as pré-concepções, os modelos prévios e estabelecidos, que também funcionam, diga-se em passagem, mas o que falta é elaborar um saber próprio a respeito do próprio processo. 

Para a psicanálise existe uma diferença entre o informar e o transmitir, sendo que a marca dessa diferença se estabelece pelo saber. Enquanto o informar refere-se à veiculação e ao acúmulo de dados, o transmitir remete a um circuito maior, em que é preciso que o aluno tome em suas mãos o que aprendeu e passe a operar com aquilo. Não basta que ele fique apenas com o conteúdo ensinado, é preciso que se estabeleça um saber a respeito do que foi ensinado. 

O modelo de informação linear (em que o professor é aquele que tudo sabe e o aluno aquele que, nada sabendo, aprende com ele) tem sofrido várias críticas. Fica evidente que, nesse sistema ensina-se prescritivamente a ser professor do mesmo modo que se ensina a ser um aluno que, sob essa ótica, está dispensado de pensar uma vez que as táticas, as jogadas e o que fazer com o próprio corpo acabam sendo determinados pela figura do professor e/ou treinador. 

Se fosse possível estabelecer uma resposta àquilo que o aluno quer em relação à aprendizagem, seria a de que o professor pudesse devolver para ele, aluno, o significado daquilo que ele disse, e mais, que este professor e/ou treinador autorize este aluno e/ou atleta ao jogo como se fosse, em termos leigos, um alguém que lhe confirme, que lhe diga que ele sabe, sim, jogar, e de seu próprio jeito. Aqui poderíamos acrescentar outras formas de reconhecimento por pares, por assim dizer. O esporte é rodeado de instrumentos, de conhecimentos, representações sociais, políticas e instituições como família, torcida, mídia, dentre outras. E todos têm um determinado saber sobre o esporte. 

Para dizer dos alunos, como sujeitos do inconsciente, muitas vezes eles não sabem que sabem. Esse é o desafio. Se fosse possível estabelecer uma metáfora para isso que a psicanálise chama de Sujeito Suposto Saber, seria a de uma marca inconsciente - ali pra dentro de onde a gente não tem controle, são sabe e que expulsa através dos chistes, dos sonhos e dos atos falhos - que precisa explodir, sair para fora, ser despertada. 

Eu, como professora, como idealista, como alguém cheia de sonhos, acredito que esteja aí, nesta individualidade que muitas vezes não se dá conta, o lugar de onde surge o imprevisto, a base da criatividade. 

Desta forma, o processo de aprendizagem consiste em fazer com que este saber (próprio de cada um) chegue ao nível da consciência - ou próximo disso - e que, então, surja o estalo. Rupturas. Este é o jogo, extrair do aluno aquilo que ele próprio sabe, mesmo que na prática pedagógica isso atinja técnicas e táticas específicas para um e outra modalidade. 

Diria haver um algo que complementa mas que não atinge a totalidade pois não há teoria capaz de captar o sujeito em sua totalidade. A repetição, aqui, é importante, tanto quanto o método de associação livre em que o sujeito remonta os fundamentos organizados de sua atividade esportiva. 

É possível dizer que todo esse movimento advém da articulação significante em que um significante intervém numa bateria significante representando o sujeito. 

E se fosse possível estabelecer uma pedagogia através dessa concepção do que a psicanálise entende por significante, não haveria uma sequencia obrigatória de ações esportivas, mas sim uma articulação entre elas: drible e passe; corpo e bola; corpo, bola e drible, etc, retomados em termos significantes naquilo que uma nova ação marca a anterior e onde se cria uma nova leitura para o jogo criativo, de lances imprevistos e com aquilo que popularmente se chama esporte-arte.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

As múltiplas possibilidades do professor de educação física

Essa primeira semana de ajustes letivos tem coisas que são boas, coisas que são ruins. Uns tropeços no meio no caminho. O mais importante é irmos cada vez mais resolvendo os problemas e escalando os degraus. E nessa coisa de irmos adiante, na aula de história do basquetebol, a professora Fernanda pediu que os alunos fizessem suas considerações sobre as múltiplas possibilidades de professor de educação física. O mote foi o fato de o basquetebol ter sido um esporte deliberadamente inventado. E do desafio, hoje temos um esporte mundialmente consagrado. Vamos ao debate:

"O exemplo da criação do basquetebol, esporte praticado mundialmente, mostra como a inovação e a criatividade podem render muitos frutos... Diante das dificuldades existentes, o professor de educação física precisa buscar novas possibilidades para suas aulas, atuando com a realidade como ela é, mas sem se desmotivar, trabalhando sempre para que suas aulas sejam atrativas aos alunos."
Rafael Lucena Araújo, 5º semestre de Educação Física.

"... assim como James [Naismith] e [Joseph] Pilates, o professor de educação física tem o mesmo desafio: o de adaptar e inovar nos dias de hoje. (...) O professor que tem boas ideias sempre se destaca pois ele, facilmente, transforma caixas de papelão em cestas, pátios em quadras. Com a junção de uma corda, um bambolê e uma bola ele realiza milagres e faz de uma aula que não seria agradável a mais maravilhosa, trabalhando com ludicidade e criatividade"
Cristiano Sérgio, 5º semestre de Educação Física.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Teia

Ontem, terça-feira, 07 de fevereiro, a recepção com os calouros foi feita junto com os alunos de todos os semestres do curso de Educação Física. Após explanação sobre a estrutura do curso, e suas atividades, o professor Daniel realizou uma dinâmica de integração, a teia. Ficamos felizes quando um dos calouros levantou-se para agradecer a recepção. Valeu, Sandro, seja bem vindo ao curso! Abaixo, as fotos do dia.